Poeta André Vasconcelos

Poeta André Vasconcelos
Mensageiro Natural de coisas Naturais

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pés Descalços


Pés Descalços

Pés descalços alma oprimida.
Andarilho do mau tempo.
Sua amiga á neblina.

Pés ao vento prevendo o momento.
E não é uma fantasiosa liberdade, coisa banal.
É a vida que nos resta nessa sociedade Desigual.

Onde muitos com bem pouco.
Poucos com muito.
E ao que deveria ser olhado.
Faz-se vista grossa.

Amar ao próximo como a si mesmo.
É bíblico e por ali ficou, ficou ali.
A pratica é cada um por si.

Ando bem com meu Tênis Inglês.
Ando na maldade com as roupas que são doadas.
Alma oprimida por você, que me vê, porem sinto
Não ser percebido.

Hei moça, boa tarde tudo bem!
Gostaria de lhe desejar um ótimo dia viu.
Ela responde: é comigo, me conhece de onde.

Não lhe conheço ate porque eu venho de longe.
Ela com menosprezo, responde.
Logo percebi, roupas rasgadas e descalço.
Não seria parente meu...
Os meus só usam grife cara, ela taca isso na cara.

Ele confirmou o que imaginou.
Menosprezo e humilhação
Outra vez por não se encaixar ao Padrão.

E a senhora que ele cumprimentou
Com um ar de felicidade.
Por apenas querer ser notado.
Percebeu...

Que quando você vê um descendente seu ao chão.
Ao invés de segurar em sua mão
Nem que seja em palavras ou em gratidão.
Existem os pobres de espírito.

Que maltratam seu próprio irmão.
Por causa de uma roupa de grife e um sapato alemão.
Ele com roupas emprestadas e rasgadas e também de pés no chão.

É imensa a ingratidão.
Que assola o coração
Tem irmão matando irmão sem ter arma na mão.
Tem a alma corrompida pelo ódio por status em um quarterão.

As palavras ferem como brasa viva.
E o menino que já sofre com a vida.
Senta chora, se esvazia.

Levanta ergue a cabeça estufa o peito.
Enche-se de esperança.
Ele sabe que na guerra.
Somente os fortes sobrevivem.

Os fortes de atitude e de alma.
Não os de status e conta bancária.
Vou seguindo os meus percalços.
Com a verdade e os pés descalços.


André Luis

6 comentários:

Unknown disse...

eita guerreiro... um dia escreveo assim....

@sandroSussuaran

Rika disse...

Ultimamente tu tá pegando pesado. Me faz chorar, sério! É muito sentimento, é muita realidade escancarada, que vemos diariamente. Parabéns por saber externar tão bem a mediocridade do ser humano!
Abraços poeta e irmão

V.A.T.O disse...

tava lendo aki e me lembrei de um som do bob marley a qual ele diz que "A música tem uma coisa boa: quando bate você não sente dor.
na poesia não é diferente maz ela bate tb salve na sintonia....

Ronaldo Nunes disse...

pra entrar na casa do Rei tem que pisar de pés descalços...os humildes herdarão o reino do céu, ta escrito mano...e por aqui vc vai fazendo a sua parte, relatando a frieza do cotidiano e a indiferença entre os irmãos, fazendo com que o leitor reflita sobre seus atos.

Parabéns meu mano!

Juliclécia disse...

Essa me fez pensar nos mendigos que estão morrendo em Maceió. Eu até tentei fazer uma poesia como tal, mas é muito complexo, já você deu um tom poético as coisas que mais nos incomoda no momento. É linda, irmão !! Ahh, e ainda pegou pesado demais, mas tem que ser assim, para ver se a população, ou, pelo menos, seus leitores acordam, não é ? Muito linda. Eu senti a poesia, assim como todos. PARABÉNS !!!
@julicclecia

Daniela Mara disse...

Como disse Criolo Doido na música -Ainda há tempo = " E as pessoas se olham e não se falam , se esbarram na rua e se maltratam." essa é a nossa sociedade...que não é capaz de olhar para o lado e ver que existem pessoas ali sim...e precisando de um olhar...uma atenção!! Adorei a poesia...propicia e solidária aos que estão morrendo nas ruas! = )