Poeta André Vasconcelos

Poeta André Vasconcelos
Mensageiro Natural de coisas Naturais

domingo, 21 de novembro de 2010

Mais Um Cidadão José



Mais um Cidadão José.

La vem Jose.
Família humilde
Pele Negra.
Favela no sangue.
Da periferia alagoana.

Por São Paulo cedo se apaixonou.
Veio pra cá, o bonde pegou.
Rachaduras por todo o corpo
Sol por longos tempos
E da pele não cuidou.

Jose em são Paulo chegou.
Sua sacola duas mudas de roupa
e o cobertor.
E a esperança de ser um vencedor.
Na selva de pedra é apenas mais um.
com tantos outros querendo seu fim.

Jose que já roçou, e nos canaviais.
Cana cortou.
E que em são Paulo quer ser vencedor
Mas para os hipócritas que Fingem não existir.
Ele em pouco tempo aqui já sentiu o racismos perto de ti.

Jose não se conteve e prometeu a si mesmo
Eu vou vencer.
Antes disso viu muito dos seus descendentes a padecer.

Nordestino pouco estudo muita força de vontade.
Mas em São Paulo força de vontade, não poderia ser
sua única virtude.
Existem padrões a serem seguidos por um povo ou um
estereotipo previamente “julgado”.

E vem, mais um cidadão José.
Que de tanto andar por aqui.
Varias bolhas em seus pés eu vi.

A todo o momento sendo motivos de chacotas
por ter nascido no nordeste.
Em todo instante o racismo em seu viver era gritante.
Jose que era só, mais se manteve erguido.
Como fazem os escolhidos.

Como já fizeram muitos por aqui.
Jose logo ao chegar sem ter onde dormir.
Cara e coragem no centro de são Paulo.
Encontrou em pouco tempo aqui.
Seres humanos desprezíveis.


Que se acham acima do bem e o mal.
Que não podem ver no seu visual.
O Negro, Pobre a Prostituta, o Nordestino

E Jose ate do índio ouviu dizer.
Foi queimado e morto por culpa de brincadeiras
da burguesia alienada, pelo dinheiro que
nunca lhes faltou

E que sempre achoram divertido e correto.
Em sua educação, esnobar, desmerecer e o racismo eram
Seu cotidiano mostrado e enaltecido pelos seus pais.

Os filhos dos filhos dos escravocratas
Que até índio queimam.
Prostitutas humilham.
Negro e pobre nunca foram ninguém.
E direito a eles para burguesia nunca foram merecedor

Jose depois de tanto sentir em sua pele a indiferença viva.
Agora encontra onde dormir.
Local: um albergue no centro.

Pouca iluminação, água nunca se viu .
Espaço para um colchão.
Bem úmido era o chão

La vem Jose que sabia que iria vencer.
Uma hora ou outra iria acontecer.

Passado tempos de lutas e sofrimentos.
Jose consegue um emprego e se destaca no bar do Zé.
Outros tempos mais, vira dono desse bar.
Conhece Maria e constrói sua família..

Muito agradecido sempre foi Jose.
Oportunidade simples dada pelo Zé.
Mas que lhe fez deixar de ser qualquer.

Hoje Jose é reconhecido pela garra, homem de fé.
E luta pela causa desta desenfreada dor que atingiu José.
Essa que tanto se fingi esconder, mas que esta viva .
Jose não quis e nunca chegou a esmorecer.

Porem nunca foi fácil reconhecer que o racismo
acontece em todo tempo e em todo lugar, rancor
e os mais são regados pela falta de Amor.

Falta de conhecimento de respeito e tantos outros sentimentos
que talvez nunca eles ouçam dizer.
Pois são filhos dos filhos do entristecer.
Deles nunca foi visto o bem querer.

Jose que agora luta por prazer.
Ele que chegou e nem sabia Ler.
Hoje adora poesia e recita aos filhos.
Poesia do amor que lhe fez vencer.

Jose que luta contras as barbaridades.
Que o racismo implica em nosso viver.
Quem isso já viveu sabe o que vou dizer.

Obrigado Jose por vir, lutar e vencer.
Sobreviver essas coisas do mal-querer.
E hoje mais do que nunca cabeça erguida

Aprecia a literatura a boa musica.
Sua trilha é os “Racionais Mc”
Sua vida é Lutar por esses ideais.
Todos são todos e se todos forem um só.
Em pensar a garganta da um nó.

Muita paz, Amor aos que aqui humilhados foram.
Como José.
Mas que se saiu vencedor.
O que tenho a dizer paz muita Fé.
Mais um Cidadão José.

Andre Luis

5 comentários:

Anônimo disse...

Nossa!Muito linda mesmo a vida de José, agora não arreda o pé, por honra> E muitos que chegaram tenho certeza que sentiram na pele a desigualdade, a discórdia e a desputa....

Jubs disse...

Muito bom, vc expresso realmente uma vida que aqui chega e como se senti... por aqui muitos Josés. Parabéns! Beijos

Unknown disse...

Muito Bom tiu.

Daniela Mara disse...

A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito.

Denis Diderot

Rika disse...

Muito triste! Mais triste ainda por ser tão realista... dói na alma...
Parabens por sua sensibilidade e por não ser indiferente a tanta injustiça social!
Rika