Poeta André Vasconcelos

Poeta André Vasconcelos
Mensageiro Natural de coisas Naturais

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dona Ana.




                         Dona Ana

Dona Ana começa o dia...
Acorda cedo pra alimentar seu rebento
Café bolacha manteiga nem todo dia tem ceia.
Mas ela permanece firme.
Sua fé intacta.
Despede-se do filho que vai para escola.
Às vezes ele engana e cabula aula.
Mas a maioria das vezes a desculpa nem cola.
Pensativa lava a louça.
Com todas dificuldades possíveis.
Sem palha de aço Dona Ana é só no improviso.
É o dia inteiro enquanto ele não chega.
Dona Ana fica pensando no filho.
Depois da louça...
Agora é a roupa.
E esfrega freneticamente, em um instante.
Encherá o tanque.
Logo após terminar de arrumar a casa.
Fazer o almoço.
Pra quando seu filho da escola chegar.
Na contramão esta Vinicius
Filho de Dona Ana.
Cabulou mais uma vez na escola.
E dessa vez não terá volta.
Foi pego por policiais Fumando.
Os fardados o levaram
Dizendo que Vinicius estava armado.
À ponta pé foi jogado.
E os fardados que nunca tiveram conduta.
Matagal dois tiros na nuca.
Adeus Vinicius.
Talvez...
Estava no lugar errado na hora errado.
Mas os covardes são mesmos.
Que já tem cinco processos pelo mesmo atentado.
Policiais safados...
Quem sobrou nessa historia.
Dona Ana que já não come e nem bebe.
Não lava louça e nem roupa.
Nem limpa mais nada, só fica no quarto.
Pensando no que fizeram com o seu filho.
Na missa de sétimo dia.
Dona Ana não agüentou de tristeza.
E teve um fulminante infarto.

Vinicius na contramão da vida.
Os fardados na contramão do que Devia.
E dona Ana essa não tem culpa de nada.

Um filho adolescente...
E uma policia sem escrúpulos e sem alma.

Dona Ana Dona Ana...
Essa não teve culpa de nada...


Autor André Vasconcelos

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