A angustia veio forte como a força de um tufão
Minha alma reprimida por tão pouca conclusão.
Sinto dores no meu corpo, mas o da alma onde dói mais.
Quando vejo nossas crianças sem ter a base dos seus pais.
A alegria até se estampa nesses rostos angelicais.
Mas o tempo vai passando e a dor nunca se vai.
Tão pequena e sonhadora nesse mundo de ilusão
E agora o ombro amigo nunca teve a direção.
No farol o seu abrigo para conhecer e obter.
A população preconceituosa só desfaz seu bem querer.
Tão difícil caminhada logo cedo atrás do pão.
Pois não tem teto não tem nada nunca viu televisão.
Desde cedo é guerreiro enfrenta o tempo de peito aberto.
Se vier sol é sem camisa se vem chuva é cobertura.
Cobertura do viaduto onde sempre foi morar.
A miséria em sua porta sem família sem um lar.
Tão pequeno e tão distante do que o bom vem representar.
Se a vida é só tristeza nada de bom para falar.
Foi sempre assim a sua vida o que tenho a cobrar.
A hipocrisia bate perto quando na porta ouço chamar.
É ele pedindo comida para evitar ir roubar.
Alimento é tão difícil, hoje mais ainda quem possa ajudar.
Mas se ele fosse drogado tinham vários a lhe apresentar.
Como já se faz uma constante onde ele insiste em andar.
Mas nem é até por vontade, com certeza situação.
Ele nunca viu seu pai e sua mãe deixou no viaduto deitado no colchão.
Coberto pelo concreto e uma folha de papelão.
Perguntado pelo um sonho que poderia acontecer.
Ele responde:
Nessa miséria que eu vivo poderia um coberto aparecer.
Alem dos olhos a face e os gestos.
A alma também chorou.
E o sonho tão cruel de se ouvir
Tão somente um “cobertor”.
André Luis
2 comentários:
caraca cara quando leio :
" A angustia veio forte como a força de um tufão
Minha alma reprimida por tão pouca conclusão.
Sinto dores no meu corpo, mas o da alma onde dói mais.
Quando vejo nossas crianças sem ter a base dos seus pais."
percebo o quanto que se foi deixado para tras o cuidar dos pais diante dos seus filhos!
parabéns a poesia é linda e tocante!
@SandroSussuaran
Muito forte!
Retrata o que uma pessoa (gente) sente quando vê o descaso do poder público diante das crianças nos faróis, abandonadas por seus pais, sem proteção.
Belíssimas palavras, riqueza de sentimentos, só não veio com a solução para o problema, é difícil!!!
Difícil ver e nada poder fazer...
abraços irmão
Parabéns pelas bem colocadas palavras
Rika
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