Poeta André Vasconcelos

Poeta André Vasconcelos
Mensageiro Natural de coisas Naturais

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Alusão


Alusão (O Barulho)

Essa noite foi ruim pra dormir.
Ouvia os barulhos na laje...
Ameacei sair...
As condições não são boas, mais essa a surgir.

Será que tem gente querendo me roubar.
Se entrar eu derrubo pode acreditar.

Fiquei na espreita tentando escutar.
Se era da laje o barulho e quem estava a me desafiar.

A mente a milhão e a maldade no olhar.
Se entrar ta perdido não vou perdoar.

A mulher e a filha estão dormindo e não posso acordar.
Foi tudo adquirido com suor, quem vai querer me tomar.
Dessa vez é sem perdão se pular vai me achar.

O desespero bateu na minha porta.
E agora estão tentando me roubar.
Indignado comecei a pensar.

Tudo aqui é tao difícil mais essa a azucrinar.
A dias eu não durmo
Estou cheio de dividas a pagar.

Ainda dizem que é coisa do destino da para acreditar.
Se entrar haverá briga somente um vivo vai ficar.

Resolvi abrir a janela bem devagar.
Abri uma fresta para a laje olhar...

Depois de alguns segundos.
Olhei a laje da frente até os fundos.
E respirei estava quase um moribundo.

Depois de desacreditar do que vi.
Os barulhos vinham dos gatos pulando na laje.
E toda a maldade que estava me tomando...

Parei respirei fiquei pensando...

O que os olhos enxergam.
E o que sua mente recria a você.

Usemos mais amor para sobreviver...
Pois um simples gato.
Pode tirar a serenidade no seu viver...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Silencio



Silencio

Foi naquele dia que o silencio imperou.
Foi forte traiçoeiro trazia dor.
Aconteciam diversos lampejos que meu peito confortou.
Meus olhos respondendo e assim se declinou.

Com a velocidade da luz e mais lento que o próprio pensamento.
Outra vez ao relento na viagem o congelamento num momento propenso.
Inesperado aconteceu, meu peito adormeceu o coração acolheu.
O silencio ocorreu.

A noite parece trazer a impunidade e com ela vem o mau caráter.
O vento o frio peculiar do nosso bairro, coisa de momento.
Lá vem o carro em alta velocidade tentando invadir privacidade.
É comum nessa triste cidade ser invadido e agradecer por não ser penalizado.
Silencio, silencio.

Não corre, escuta se apavorar tem um revolver em sua nuca.
Espere, acredite é somente averiguação se não houve reação eles vão embora presta atenção.
Encosta todos os cinco não tem nada a dever eles revistam já eles voltam para o role.
Foi tudo muito rápido coisa de instantes e lá vão os quatro mais se eram cinco está faltando o vulgo (Preto) o neguinho.

Nesse tempo já não há ninguém na rua que possa ver, o neguinho ser levado sem ter nada a dever.
Pele escura, vida dura, para nós da comunidade um guerreiro, para a polícia diversão da madruga, para matar mais tarde a noite escura dos covardes.
Silencio e no peito uma bala que arde e mesmo que seja tarde esse não volta mais.

Os quatro correndo em disparada sem destino certo apenas fugindo da bala.
Se alguém viu, fingiu não ver e se a noite é de ninguém é menos um preto a sobreviver.
No silencio da madrugada os sobreviventes com calma se é que isso possível fosse sem alarde, e com a morte do preto que era preto não só no nome e que virou brincadeira dos homi.

Olharam-se entre eles e puderam concluir, porque mataram o neguinho e nos deixaram fugir.
Na mesma pergunta a resposta o nosso companheiro que trabalhava e que era um gladiador era NEGRO e os outros BRANCOS de cor.
E para mídia que insiste em dizer que o racismo acabou eu mando essa mensagem de dor.
Que a cada negro que morre o branco vira doutor.

Silencio, silencio...
Era o que dizia o apresentador, o negro morreu porque com ele droga se achou.
Porem todos sabem que a morte do gladiador da periferia tinha apenas um motivo.
E na comunidade morre nosso gladiador por conta da madrugada e por causa da sua cor.

E o silencio mais uma vez se calou...
André Luis 